Em
minha vida de cristão, algumas vezes tive a oportunidade de conversar
com casais em conflito matrimonial. A fonte do desentendimento em quase
todos os casos era uma interferência externa na vida à dois. O marido
que não abre mão de passeios com os colegas solteiros da empresa às
sextas-feiras; a sogra do homem ou da mulher opinando no novo lar. Em
suma, quando um dos cônjuges põe seu par em segundo plano a crise se
estabelece. Notei que todos os casais que usavam o vocabulário
"separação" durante as brigas, até mesmo apenas como uma arma de ameaça,
como uma forma de atalho à solução de problemas, divorciaram-se.
O divórcio será abordado em outra ocasião com maior profundidade. Por enquanto, lanço uma prévia introdutória.
O tema divórcio quando analisado à luz
bíblica sempre causa impacto na sociedade e na vida de muitos cristãos. A
geração que está distante do Senhor considera as diretrizes bíblicas
polêmicas e dispensáveis,procuram trechos na Bíblia para usar como base
que justifique sua separação, enquanto muitos outros cristãos estão
confusos devido às abordagens superficiais sobre o assunto. .
Os judeus contemporâneos de Moisés
maltratavam suas esposas. Casavam-se com elas em sua juventude e com o
passar dos anos pediam carta de divórcio para atar-se em outro
matrimônio com mulher mais jovem. O repúdio, motivado pelo
envelhecimento ou quaisquer outros banais, ocorria devido ao estigma que
o sexo feminino sofria por causa de Eva, induzida ao engano pela se no
jardim do Éden.
Como profeta, Moisés foi autorizado por Deus a conceder o divórcio. A concessão aconteceu por causa de homens duros de coração
"A Lei e os Profetas vigoraram até João;
desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e
todo homem se esforça por entrar nele" - Lucas 16.16.
O tempo do Antigo Testamento foi um
período em que a mensagem do Senhor é considerada sombras daquilo que
viria a ser apresentado de forma perfeita. Embora não possamos desprezar
as páginas veterotestamentárias, precisamos ter consciência que os
cristãos não são dirigidos pela sombra da Lei, mas por Aquele que é a
Luz do mundo, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ( ).
Jesus se fez homem para cumprir
exemplarmente a Lei de Moisés em nosso lugar, nos desobrigando das
práticas e do peso dos rituais judaicos, e nos livrou da maldição eterna
que nos condenava. Desde então, a Igreja tem a oportunidade de permitir
ser dirigida pelo poderoso Evangelho da Graça, seguir os essenciais
ensinamentos do Filho de Deus, que é o único Caminho, a Verdade e a Vida
Eterna..
Cristo esclarece sobre o divórcio.
Revelou que não concordava com a cultura da sociedade judaica, que
estigmatizava a mulher ao ponto de ela ser discriminada e não contada na
genealogia dos hebreus.
A dinâmica do Evangelho coloca marido e
esposa em condições de igualdade, ambos estão obrigados a valorizar a
instituição do casamento até a morte. A separação por motivos banais não
é permitida aos dois. Segundo o entendimento que podemos extrair do
Evangelho da Graça é que, o divórcio concedido por Jesus, só é permitido
ao homem que foi traído pela esposa que cometeu relação sexual ilícita,
e não tem condições de perdoá-la se ela se arrepender do pecado. No
caso em que o marido é o adúltero e a esposa traída não quer perdoar, a
mesma poderá separar-se por ser vítima de traição conjugal. Entretanto,
tanto o homem quanto a mulher que não quiser reconciliar-se, estará
cometendo adultério juntamente com quem vier a casar-se.
Orientação de Jesus: "Eu, porém, vos
digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais
ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a
repudiada comete adultério" - Mateus 19.9.
Os ensinos de Pedro e Paulo sobre o casamento incentivavam a união conjugal, inclusive se um dos cônjuges fosse descrente:
Igualmente vós, maridos, coabitai com
elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como
sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam
impedidas as vossas orações 1 Pedro 3:7.
Ora, a mulher casada está ligada pela lei
ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada
ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se,
vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o
marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas
núpcias - Romanos 7.2-3.
"Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o
Senhor, que a mulher não se separe do marido. ( se, porém, ela vier a
separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido ): e que
o marido não se aparte de sua mulher" - 1 Coríntios 7.10-11.
"Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum
irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a
abandone. E a mulher que tem marido incrédulo e este consente em viver
com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no
convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do
marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém,
agora, são santos. Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte;
em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã;
Deus vos tem chamado à paz ... A mulher está ligada enquanto vive o
marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem
quiser, mas somente no Senhor. Todavia, será mais feliz se permanecer
viúva, segundo a minha opinião; e penso que também eu tenho o Espírito
Santo" - 1 Coríntios 7.12-15, 39-40.
Deus é coerente, vivemos no período da
Graça Divina, quando Deus nos concede a liberdade plena. Ele deu o
casamento e também condições para viver acompanhado de uma pessoa pelo
resto da vida. Não convém folhear as páginas bíblicas buscando aval para
divorciar-se, mas para encontrar uma mensagem de restauração
matrimonial.
A Graça possui parâmetro, que é a Lei de
Cristo (Gálatas 6.2). Não devemos ser infratores da Lei do Senhor, uma
das formas de desobedecê-la é destratar o cônjuge por causa de
sentimentos inúteis. O coração do cristão deve ser límpido, tem a
incumbência de apoiar sua companhia matrimonial.
Não existe entornos no Caminho para o
céu. Se o cristão casado se sentir extenuado pelos anos que se passam,
precisa lembrar-se que a existência não termina aqui, além-túmulo todos
que desprezam a Palavra do Senhor terão que prestar contar ao Autor da
Palavra, todas as decisões de rebelião ao projeto do casamento virão à
tona e cada ser humano receberá medida justa pelos rumos que resolveu
caminhar neste mundo.